A educação alimentar e nutricional é de extrema importância para a saúde, principalmente durante a fase escolar. É nessa fase que a criança passa a formar hábitos e comportamentos alimentares que persistirão no futuro e que poderão determinar ou não uma vida saudável.

A alimentação infantil sofre forte influência do padrão familiar, considerada a família como o primeiro núcleo de integração social do ser humano. Assim, a adequação da alimentação nos primeiros anos de vida depende do padrão e da disponibilidade alimentar da família. Mais adiante, a influência da escola, de outros grupos sociais e da publicidade na área de alimentos, se apresenta de forma mais intensa.

Alguns hábitos também são moldados posteriormente, tendo como base as preferências individuais, as quais são determinadas geneticamente e pelas experiências positivas e negativas vividas em relação à alimentação.

Crianças que por algum motivo não foram suficientemente incentivadas ou não tiveram hábitos saudáveis desde cedo, tendem a substituir refeições por lanches gordurosos ou alimentos industrializados com excesso de açúcar e sódio (guloseimas, biscoitos com alto teor de gorduras e açúcar, refrigerantes, etc.). Além disso, muitas vezes o consumo destes alimentos vem associado a hábitos sedentários, como assistir televisão e jogar videogame por prolongados períodos. Esta junção de fatores pode colaborar para o desenvolvimento de algumas doenças como obesidade, hipertensão arterial, anemia, diabetes, entre outras.

É muito comum que as crianças observem o comportamento dos adultos com que convivem e das outras crianças. Por esse motivo é importante que haja incentivo, dentro e fora da escola.

É necessário que os pais sejam bons exemplos quando em casa e que os professores, amigos e funcionários cumpram esse papel dentro da escola, pois de nada adianta servir uma alimentação equilibrada na escola se em casa o mesmo trabalho de educação alimentar é esquecido e vice-versa.

Muitas crianças e adolescentes passam a maior parte do dia na escola. Sendo assim, é importante que a escola forneça refeições equilibradas, saudáveis de acordo com as recomendações para cada idade, visando atender todas as necessidades nutricionais de cada aluno.

Considerando a escola como espaço de troca de vivências, a experiência alimentar neste âmbito pode ser levada ao núcleo familiar e, nesse aspecto, destaca-se o papel da educação nutricional. Uma escola promotora de saúde estimula, através da alimentação escolar, a busca por escolhas alimentares mais saudáveis e sustentáveis.

Além disso, a alimentação adequada garante um rendimento satisfatório de aprendizagem durante as aulas. Crianças que não se alimentam bem, têm maior dificuldade de aprender e de se concentrar, ficam muito dispersas e sem disposição para realizar as atividades.

A escola pode implementar estratégias que promovam a boa alimentação, como:
· Inclusão de conteúdos de nutrição no currículo escolar (aulas com a nutricionista) e na formação de profissionais de ensino de forma a inserir nas atividades formais e informais do cotidiano escolar os conceitos básicos da alimentação saudável.
· Atividades didático-pedagógicas: O alimento pode ser inserido no processo educativo, não apenas em disciplinas relacionadas às ciências da biologia e da saúde, mas em todas as áreas do conhecimento.
· O contato com o alimento, através de dinâmicas e cultivo de hortas.

A alimentação escolar pode contribuir muito para a melhoria das condições nutricionais de crianças e jovens, diminuindo deficiências nutricionais e outros agravos relacionados ao consumo alimentar inadequado, melhorando significativamente o desempenho escolar, favorecendo crescimento e desenvolvimento adequados.

Andrea Adell Trench
Nutricionista Graduada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie
Pós Graduação em Nutrição Materno Infantil pelo IMEN

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