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Por Ana Luiza Azevedo, que é pedagoga, psicopedagoga e trabalha na Builders há 16 anos.

Começamos 2017 com uma nova proposta para as salas de aula de Inglês do Ensino Fundamental e percebemos que para algumas famílias causou um certo estranhamento. Como assim, os alunos não teriam mesa e cadeira para sentar o dia inteiro? Mas eles vão escrever no chão? E a postura? E a letra? E a concentração? Mas vão mudar de sala?

Foram diversos questionamentos nos primeiros dias e semanas. Eles foram importantes e nos fizeram refletir ainda mais sobre o que estávamos fazendo. Até porquê, quem trabalha na área, já sabe que não há receita pronta.

No entanto, apesar de não haver receita, já tínhamos algumas certezas. Sabemos que é muito desconfortável sentarmos durante mais de 1 hora na mesma posição, independente de qual seja ela. A concentração tem muito mais relação com o interesse na atividade do que onde estamos sentados. O trabalho em grupo é proveitoso para as crianças, que ampliam a sua capacidade de comunicação, discussão, reflexão, levantamento de hipóteses e interação, habilidades tão importantes hoje em dia.

O mundo está mudando e a maneira como nos relacionamos com o conhecimento também. Nós, professores, precisamos admitir que não sabemos tudo e não temos todas as respostas. Nossos alunos aparecem com demandas que não tinham antes e, quando nos perguntamos de onde vem tudo isso, chegamos à conclusão que é o conhecimento. Hoje, temos um acesso ao conhecimento e informação que não tínhamos antes. Qualquer dúvida é tirada em questão de segundos com uma simples pesquisa em um celular.

Dessa forma, um modelo de educação em que o professor fica na frente da sala, anotando na lousa e os alunos copiando faz cada vez menos sentido. É preciso mudar esse conceito. Que tipo de aula vai fazer com que nossos alunos queiram aprender? Essa sim é a pergunta mais importante.

A inovação é entendida como a aplicação de melhores soluções que atendam aos novos requisitos. Uma vez que a educação tem novos requisitos, pois os alunos têm novos interesses e possibilidades, precisamos pensar em novos modelos.

Após um ano de trabalho nesse formato e depois dos nossos alunos terem se adaptado à mudança de espaço físico, vejo o quanto o fato de ter mobilidade fez diferença para os alunos do 3º ano. Na sala de Inglês eles puderam interagir e se comunicar mais, causando um reflexo imediato no uso da língua, afinal estavam usando a linguagem de maneira muito mais contextualizada. Também tiveram oportunidade de ler e escrever e entrar em contato com todos os conteúdos propostos sem prejuízo.

Não há receita, o que há é uma vontade enorme de trazer para a comunidade novas experiências e despertar a alegria e o interesse em aprender, independente da mobília.

 

 

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