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Inovação é a cara da Builders

Por Ana Luiza Azevedo, que é pedagoga, psicopedagoga e trabalha na Builders há 16 anos.

Começamos 2017 com uma nova proposta para as salas de aula de Inglês do Ensino Fundamental e percebemos que para algumas famílias causou um certo estranhamento. Como assim, os alunos não teriam mesa e cadeira para sentar o dia inteiro? Mas eles vão escrever no chão? E a postura? E a letra? E a concentração? Mas vão mudar de sala?

Foram diversos questionamentos nos primeiros dias e semanas. Eles foram importantes e nos fizeram refletir ainda mais sobre o que estávamos fazendo. Até porquê, quem trabalha na área, já sabe que não há receita pronta.

No entanto, apesar de não haver receita, já tínhamos algumas certezas. Sabemos que é muito desconfortável sentarmos durante mais de 1 hora na mesma posição, independente de qual seja ela. A concentração tem muito mais relação com o interesse na atividade do que onde estamos sentados. O trabalho em grupo é proveitoso para as crianças, que ampliam a sua capacidade de comunicação, discussão, reflexão, levantamento de hipóteses e interação, habilidades tão importantes hoje em dia.

O mundo está mudando e a maneira como nos relacionamos com o conhecimento também. Nós, professores, precisamos admitir que não sabemos tudo e não temos todas as respostas. Nossos alunos aparecem com demandas que não tinham antes e, quando nos perguntamos de onde vem tudo isso, chegamos à conclusão que é o conhecimento. Hoje, temos um acesso ao conhecimento e informação que não tínhamos antes. Qualquer dúvida é tirada em questão de segundos com uma simples pesquisa em um celular.

Dessa forma, um modelo de educação em que o professor fica na frente da sala, anotando na lousa e os alunos copiando faz cada vez menos sentido. É preciso mudar esse conceito. Que tipo de aula vai fazer com que nossos alunos queiram aprender? Essa sim é a pergunta mais importante.

A inovação é entendida como a aplicação de melhores soluções que atendam aos novos requisitos. Uma vez que a educação tem novos requisitos, pois os alunos têm novos interesses e possibilidades, precisamos pensar em novos modelos.

Após um ano de trabalho nesse formato e depois dos nossos alunos terem se adaptado à mudança de espaço físico, vejo o quanto o fato de ter mobilidade fez diferença para os alunos do 3º ano. Na sala de Inglês eles puderam interagir e se comunicar mais, causando um reflexo imediato no uso da língua, afinal estavam usando a linguagem de maneira muito mais contextualizada. Também tiveram oportunidade de ler e escrever e entrar em contato com todos os conteúdos propostos sem prejuízo.

Não há receita, o que há é uma vontade enorme de trazer para a comunidade novas experiências e despertar a alegria e o interesse em aprender, independente da mobília.

 

 

Blog

Jogos e brincadeiras: construção do conhecimento

Por Fernando Brandão – Professor de Cultura Brasileira

A brincadeira como atividade dominante da infância é, primordialmente, a forma pela qual a criança começa a aprender, é onde tem início a formação de seus processos de imaginação ativa e, onde ela se apropria das funções sociais e das normas de comportamento que correspondem às pessoas.   

A brincadeira é o lugar principal da aprendizagem. Na medida em que vão crescendo, as crianças trazem para elas o que veem, escutam, observam e experimentam. As brincadeiras ficam mais interessantes quando as crianças podem combinar os diversos conhecimentos a que tiveram acesso. Nessas combinações, muitas vezes inusitadas aos olhos dos adultos, as crianças revelam suas visões de mundo, suas descobertas.

Através do simbólico, do jogo e da brincadeira, a criança irá entender o mundo ao redor, testar habilidades físicas (correr, pular), funções sociais (ser o construtor, a enfermeira, a secretária), aprender as regras, colher os resultados positivos ou negativos dos seus feitos (ganhar, perder, cair), registrando o que deve ou não repetir nas próximas oportunidades (ter mais calma, não ser teimoso). A aprendizagem da linguagem e a habilidade motora de uma criança também são desenvolvidas durante o brincar.

O brinquedo contribui no desenvolvimento da criança e no processo de ensino aprendizagem, pois estimula a capacidade de imaginação e criatividade e com isso a criança exterioriza sentimentos e vontades com base na vida real, ou seja, ele é um motivo para a ação.

Também permite que as crianças aprendam a conviver respeitando as diferenças, objetivo muito importante para o seu desenvolvimento, pois atitudes de tolerância e respeito surgem do afeto e do conhecimento mútuos.

Nas brincadeiras infantis, as crianças conseguem integrar as diferenças de modo a cada uma jogar em função das suas capacidades e características, sem maiores problemas. Pode ser que surjam dificuldades posteriormente, se antes não tiveram a possibilidade de experimentar estas relações de convivência e aceitação mútua. Apesar de ter suas particularidades, estas tendências são igualmente perceptíveis em relação às diferenças de capacidade intelectual, de gênero, sociais e culturais. Desenvolver estas qualidades implica uma vontade explícita de intervenção educativa, tanto na família como na escola ou noutros âmbitos da comunidade, uma vez que os valores das atividades lúdicas refletem os da sociedade.

Não é obra do acaso que o princípio 7.º da Declaração Universal dos Direitos da Criança reconhece a importância do brincar, equiparando-a a direitos tão reconhecidos como a alimentação ou a saúde.

É necessário valorizar a brincadeira desde o nascimento da criança como elemento para a construção de ações sensório-motoras. Pela brincadeira a criança aprende a se movimentar, falar e desenvolver estratégias para solucionar problemas.

A brincadeira permite extravasar sentimentos, auxilia na reflexão sobre a situação, criando várias alternativas de conduta para o desfecho mais satisfatório ao seu desejo.

O ato de brincar com outras crianças favorece o entendimento de certos princípios da vida, como o de colaboração, divisão, liderança, obediência às regras e competição. Jogar irá permitir à criança realizar o seu eu, construindo assim a sua personalidade e desenvolvendo a linguagem.              

Escola bilíngue ou internacional?

Aprender um idioma não é algo que acontece do dia para a noite. Ser fluente e conseguir se comunicar de maneira eficaz, menos ainda. Pensando nisso, muitos pais buscam uma educação bilíngue para seus filhos. Porém nem toda escola bilíngue é internacional.

GRADE CURRICULAR

As escolas bilíngues são aquelas que seguem o currículo-base brasileiro, ou seja, contemplam todas as matérias exigidas pelo MEC (Ministério da Educação e Cultura), mas com um segundo idioma inserido nas aulas e atividades dos alunos.

As escolas internacionais usam como base o currículo e a proposta pedagógica de outro país. Dessa forma, o modo de aprender da criança e a importância dada ao português, são diferentes.

MÉTODOS

Cada colégio tem seu próprio sistema de ensino que varia de acordo com os métodos utilizados. Brincadeiras, músicas, atividades extras em inglês, além de outras disciplinas na língua estrangeira irão garantir um ambiente propício para a aprendizagem dos alunos.

Nesse aspecto é importante conhecer a proposta pedagógica de cada colégio, além de sua missão, visão e valores.

ALFABETIZAÇÃO

Na Builders a alfabetização em português é iniciada a partir dos 5 anos de idade. No Ensino Fundamental o programa da língua inglesa é feito através do bilinguismo aditivo, onde a segunda língua é adquirida e a primeira é mantida, com imersão parcial em inglês. Há a preservação rigorosa do currículo brasileiro. O programa é cumprido conforme legislação, desenhado com assessores de área, para promover e garantir a excelência do mesmo.

Garantir que os alunos terão total domínio da língua nativa, além do inglês, torna as escolas bilíngues o investimento ideal para os pais que buscam uma educação completa sem deixar de lado aspectos da Cultura Brasileira, como a literatura, música, brincadeiras tradicionais, folclore e datas comemorativas.

Além de tudo isso, um espaço educativo amoroso, transformador e aberto ao novo, fazem da Builders o ambiente ideal para o aprimoramento e desenvolvimento de nossos alunos.

 

A importância da educação física na infância

Por Pedro Solano (Professor de Educação Física da Builders)

Quando falamos em educação física, muitas vezes as pessoas a relacionam somente com a prática livre de alguma atividade esportiva, recreativa ou a prática de  jogos, como parte de um intervalo durante um dia letivo. Não muito incomum, ouço também comentários do tipo “ ah, na educação física você simplesmente joga uma bola e deixa as crianças correrem atrás.”

Creio que há algum tempo atrás, isso realmente acontecia, e hoje em dia, infelizmente, isso ainda ocorre em algumas instituições de ensino. Vale lembrar que há poucos anos a disciplina não era obrigatória no currículo escolar, e graças à lei 10.328/96 a obrigatoriedade foi retomada. Porém, em alguns casos, ela ainda é facultativa.

Mesmo com a obrigatoriedade, apesar da importância do assunto no desenvolvimento infantil, a educação física escolar ainda é marginalizada no sistema educativo. Em alguns casos, secretarias vêm diminuindo a oferta da disciplina e prefeituras retirando professores de determinados ciclos da educação, por uma questão de economia. Isso faz com que pessoas não especializadas apliquem a matéria, colocando em risco a saúde e o desenvolvimento geral do aluno.

É sabido que a educação das crianças e jovens se faz de forma integral. O ser humano não é divisível em corpo e espírito, ele forma um todo psíquico e orgânico. Então, por que, de modo geral, a disciplina Educação Física está sendo deixada em segundo plano nas políticas educacionais? Por que vem diminuindo o número de sessões semanais e não se tem dado a devida importância para o assunto?

Diante desse quadro preocupante que ainda acontece em muitos lugares, resolvi escrever sobre esse tema: a importância da educação física na infância. E salientar que procuro colocar em prática na escola, todos os componentes que essa fascinante matéria pode proporcionar aos alunos e contribuir para o desenvolvimento integral de cada indivíduo.

Educação física, como o próprio nome sugere, é a educação do corpo. Nós, como seres humanos, realizamos diariamente diversas habilidades motoras, sem ao mesmo nos darmos conta que estamos realizando esses movimentos. O simples caminhar, subir uma escada, desviar de um buraco na calçada, são ações que realizamos e que requerem um mínimo de controle motor. Essas ações se tornam automáticas, porém quando um indivíduo foi estimulado em sua infância, essas e muitas outras questões se tornam perceptíveis. Com qual naturalidade se executa um movimento? Quanto tempo demorou para percebermos um obstáculo. Talvez se uma pessoa apresenta uma dificuldade em lidar com alguma situação, isso pode ser explicado pela pouca ou até mesmo falta de estímulos que recebeu durante sua vida. E é exatamente aí que a educação física faz a diferença.

Vários elementos fazem parte da disciplina. Não são apenas jogos, brincadeiras tradicionais e esportes que compõem a educação física escolar. O desenvolvimento de diversas habilidades motoras, como agilidade, controle corporal, flexibilidade, ritmos entre outros, devem ser trabalhados, de maneira que o aluno tenha a oportunidade de experimentar diversas situações. Eles devem também ter a oportunidade de explorar diversos tipos de sensações, emoções e desafios. Vale lembrar que quanto maior forem as variáveis e maior for o leque de opções motoras, melhor será o desenvolvimento de cada indivíduo.

Jogos e brincadeiras tradicionais são uma excelente ferramenta para que os alunos possam vivenciar algumas situações importantes para o seu desenvolvimento. Com eles é possível desenvolver estratégias, maneiras de resolver problemas, além de permitir com que as crianças respeitem regras, as entendam e possam colocá-las em prática.

Nos esportes, os alunos têm a oportunidade de trabalhar também dois conceitos de extrema importância e que se não for dada a devida atenção, pode gerar problemas futuros: a vitória e a derrota. Desde muito pequenos, essas duas palavras geram verdadeiros conflitos entre os alunos. Desde uma simples corrida, a um complexo jogo de regras quando mais velhos, a vitória e a derrota caminham juntos com a realidade nas aulas de educação física. Cabe ao professor interferir nesse assunto, explicando os reais valores e o que cada um significa. E a importância que cada um exerce. Vale lembrar que para uma criança, saber perder é tão difícil quanto saber ganhar. Trabalhando esses valores desde o início, a possibilidade de desenvolvermos indivíduos mais preparados para os desafios que a vida nos oferece é maior e mais real. E é exatamente isso que a educação física deve fazer. Preparar os alunos para o que está por vir.

Além dessas questões já citadas, muitas outras estão no contexto. O desenvolvimento do ritmo por exemplo, é uma importante ferramenta para o aluno. Com ele, as movimentações corporais a exploração corporal se tornam mais dinâmicas e completas. Diversos ritmos devem ser trabalhados, permitindo com que o corpo possa estar apto a identificar e executar diversas movimentações.

O desenvolvimento das habilidades motoras básicas, como o andar, correr, rastejar, pular, entre outras, também devem ser trabalhadas. Aliás, são questões de extrema importância, pois são essas habilidades que vão formar a base motora dos indivíduos. Se não forem corretamente estimuladas, isso pode comprometer o desenvolvimento das atividades já mencionadas anteriormente como jogos, brincadeiras tradicionais e ritmos. Como uma criança poderá jogar um jogo de perseguição por exemplo, se não foi devidamente estimulada em relação à noção espacial? Ou mesmo consciência corporal? Para que isso se torne possível, esse desenvolvimento deve acontecer integralmente, desde os primeiros passos, até a fase adulta.

Outro aspecto de extrema importância que a educação física escolar abrange é a que diz respeito à socialização. Muito se sabe sobre as dificuldades de relacionamento que podem existir entre as pessoas, e o quão nocivo isso pode ser para a sociedade em geral. Casos de intolerância, desrespeito, egoísmo e principalmente, falta de compaixão pelo próximo, podem ser sim, diminuídos e até mesmo evitados, com a correta prática da educação física. Dentro de uma quadra, podemos representar situações que encontraremos ao longo de nossas vidas. O precisar de uma outra pessoa, ajudar, ser ajudado. São variáveis que acontecem dentro e fora das quatro linhas. Quando uma criança sabe lidar com frustrações que acontecem em um simples jogo, ou em uma atividade em que ele depende de sucesso e vem o insucesso, isso pode refletir em ações futuras. O simples fato de aprenderem a respeitar uma fila, esperando a sua vez para realizar um arremesso, se torna uma valiosa ferramenta para moldarmos o caráter e índole de um futuro adulto. Já pensou entrarmos no banco, com uma fila considerável, e uma pessoa entrar e furar a fila? Empurrando e xingando todos os outros que ali estão há longos minutos? Se isso já aconteceu com você , muito provavelmente essa pessoa não teve a oportunidade de vivenciar essa situação em sua infância. Pequenos detalhes fazem a diferença.

Se formos parar para pensar, essas e outras situações são muito presentes e comuns em nossa rotina. As pessoas agem de maneiras diferentes, cada um com sua maneira de pensar, cada um com sua expressão corporal, cada uma com sua bagagem emocional. Cada indivíduo tem a sua própria identidade, sua própria maneira de encarar desafios, de expressar suas emoções e de reagir diante de cada situação.

Mas tenho certeza que aquela pessoa que, aliada à sua educação, teve uma boa vivência nas aulas de educação física, que consegue colocar em prática tudo aquilo que aprendeu durante sua vida letiva, com certeza vai conseguir encarar algumas situações de maneira mais equilibrada, natural e saudável, pois como diz o próprio nome da matéria, teve sua educação física completa e satisfatória.

Fico muito feliz em fazer parte dessa importante etapa da educação dos alunos. Tento de todas as maneiras fazer com que eles se desenvolvam de maneira integral, dando a oportunidade de eles participarem, se expressarem e colocarem em prática tudo aquilo que eu ensino. É uma responsabilidade e uma honra muito grande e agradeço do fundo do coração a confiança que no meu trabalho é depositada. Aprendo muito com os alunos, e acredito que essa troca seja de extrema importância, para chegarmos ao nosso objetivo final: o de educar e ser constantemente educado, e sermos capazes de tornar o mundo um pouco melhor e mais justo.

A importância da música para o aprendizado

 

A música presente na educação vem ao longo de sua história atendendo a vários propósitos, desde a formação de hábitos – como lavar as mãos antes do lanche – até a memorização de conteúdos – as letras do alfabeto e números, por exemplo. É também muito utilizada para a realização de eventos relativos a datas comemorativas, como dia do índio, do soldado e etc.

Porém, a participação da música nas escolas deve exercer papel mais do que ornamental para animar festas e comemorações. Ela deve trabalhar, juntamente com as outras disciplinas, para o desenvolvimento motor, conhecimento e identificação dos efeitos sonoros, visuais, estéticos, plásticos, desabrochar da criatividade e da sensibilidade e muito mais.

A exploração dos movimentos auxilia na capacidade de organização espacial do próprio corpo, dos objetos e do tempo que cercam uma criança. Os instrumentos e objetos – inclusive objetos do cotidiano como colheres e copos –  devem auxiliar nas atividades trazendo uma diversidade de sons, timbres e ritmos novos e interessantes para o universo sonoro que os cerca.

O aprendizado sobre as propriedades do som, altura, duração, timbre e intensidade, exerceram papel fundamental na formação de uma criança, pois através de atividades como a identificação de sons graves ou agudos, longos ou curtos e etc, a criança estará desenvolvendo toda uma ampla capacidade de percepção, de coordenação e identificação do mundo que a cerca.

A apreciação musical e o conhecimento de sua história também exercem papel importante na formação de uma criança, pois auxiliam na formação dos valores, consciência crítica, capacidade de criação e improvisação e etc.

A música não deve ser vista como um produto pronto, que se aprende a reproduzir, mas sim como uma linguagem que se constrói juntamente com o conhecimento da própria vida, sendo assim uma forma interessante e dinâmica de aprendizado para as crianças.

A música presente na educação vem ao longo de sua história atendendo a vários propósitos, desde a formação de hábitos – como lavar as mãos antes do lanche – até a memorização de conteúdos – as letras do alfabeto e números, por exemplo. É também muito utilizada para a realização de eventos relativos a datas comemorativas, como dia do índio, do soldado e etc.

Porém, a participação da música nas escolas deve exercer papel mais do que ornamental para animar festas e comemorações. Ela deve trabalhar, juntamente com as outras disciplinas, para o desenvolvimento motor, conhecimento e identificação dos efeitos sonoros, visuais, estéticos, plásticos, desabrochar da criatividade e da sensibilidade e muito mais.

A exploração dos movimentos auxilia na capacidade de organização espacial do próprio corpo, dos objetos e do tempo que cercam uma criança. Os instrumentos e objetos – inclusive objetos do cotidiano como colheres e copos –  devem auxiliar nas atividades trazendo uma diversidade de sons, timbres e ritmos novos e interessantes para o universo sonoro que os cerca.

O aprendizado sobre as propriedades do som, altura, duração, timbre e intensidade, exerceram papel fundamental na formação de uma criança, pois através de atividades como a identificação de sons graves ou agudos, longos ou curtos e etc, a criança estará desenvolvendo toda uma ampla capacidade de percepção, de coordenação e identificação do mundo que a cerca.

A apreciação musical e o conhecimento de sua história também exercem papel importante na formação de uma criança, pois auxiliam na formação dos valores, consciência crítica, capacidade de criação e improvisação e etc.

A música não deve ser vista como um produto pronto, que se aprende a reproduzir, mas sim como uma linguagem que se constrói juntamente com o conhecimento da própria vida, sendo assim uma forma interessante e dinâmica de aprendizado para as crianças.

Três situações em que é melhor sua criança não ir à escola

 

por Dra. Ivani Mancini

Na verdade, decidir se uma criança doente deve ir à escola seria muito fácil. Se
ficou doente, não vai. Simples assim. Porém, se a cada coriza ou tosse, a
criança for ficar em casa, com certeza ela permanecerá mais afastada do que
na escola (e as salas de aula vazias). Afinal, com o enorme número de vírus
que existem, a chance de se infectar por um deles é bem grande. Sem
mencionar que manter a criança em casa implica em pais faltando ao trabalho,
mobilização de pessoas para cuidar dessa criança e perda do conteúdo escolar
e atividades que podem ser importantes no aprendizado.
Então, em que situações seria melhor manter a criança afastada da escola,
quando ela está doente?
Logicamente, se a criança está prostrada, com aspecto de quem não está bem,
situação na qual seria difícil imaginá-la sozinha no meio de outras crianças, é
fácil decidir. Porém, como numa boa parte das infecções por vírus, a criança
não parece tão mal e fica difícil decidir se vai ou não vai para a escola.
Seguem três situações em que é recomendável manter a criança em casa:
1 – Febre. Considera-se febre qualquer temperatura acima de 37,8°C (alguns
já consideram acima de 37,5°C) e crianças com febre não devem ir à escola.
Se existe febre, existe uma infecção. E uma criança com infecção não deve ir à
escola porque, mesmo sendo medicada e baixando a febre, ela está
transmitindo a sua doença para as outras crianças. Além disto, durante o
período em que ela estará na escola, poderá haver piora dos sintomas e, o
melhor, será observá-la por um tempo.
O correto se sua criança tem febre é só mandá-la para a escola quando ela
estiver 24 horas sem febre, não necessitando mais de antitémico.

2 – Vômitos ou Diarreia. Parece lógico que uma criança com vômitos ou
diarreia não deva ir à escola. Mas, podem acreditar. Há pessoas que mandam
a criança que está nessa situação para a escola mesmo assim, principalmente
se só há diarreia e não há vômito (quando há vômito, fica mais difícil tirar a
criança de casa).
As viroses intestinais são extremamente contagiosas, principalmente nas
primeiras 24 horas de doença. Portanto, nesse caso, também valeria a regra de
aguardar pelo menos um dia para mandar a criança de volta para a escola.
Porém, se a diarreia for muito intensa, com muitas evacuações durante o dia,
convém entrar em contato com seu pediatra, pois há alguns vírus que podem

levar mais tempo sendo eliminados pelas fezes, o que poderia ainda causar
infecção em outras crianças. Imagine sua criança causando uma epidemia de
diarreia dentro da escola? Tenho certeza de que você não gostaria de ser
responsável por uma situação dessas.

3 – Tosse que não para. Existem duas situações que podem acontecer
quando há tosse: a criança tem tosse, mas demora um bom tempo para tossir
novamente. Ou a criança tosse sem parar. Quando a tosse vem em crises, mas
leva bastante tempo entre elas, na grande maioria das vezes, é uma tosse
decorrente de secreções que descem da via aérea superior, como nos
resfriados ou nas sinusites, por exemplo. Isto não quer dizer que não se deva
dar atenção para o quadro infeccioso, mas não costuma ser uma situação
urgente. Porém, quando uma criança tosse sem parar, muitas vezes a noite
inteira, ou apresenta algum grau de dificuldade respiratória, mesmo que
mínimo, ela deve ter atendimento o mais rápido possível. Tosses que não
param têm grande chance de ser decorrentes de processos pulmonares, como
pneumonias ou broncoespasmos, que podem evoluir para quadros graves que
colocam a criança em risco.

Se você estiver em dúvida diante de uma doença com sua criança, o melhor é
perguntar ao seu pediatra. Muitas vezes é melhor levar a criança à escola após
um pouquinho de tempo a mais para a recuperação. É mais seguro para ela
mesma e para os outros que convivem com ela.

Vantagens do Bilinguismo

Sempre me interessei por línguas e desde adolescente dediquei meu tempo para estudá-las, via escolas de idiomas e mais recentemente por apps, sites e contatos com estrangeiros. Fico fascinada em poder entender o que os outros falam e não gosto quando não consigo interagir com falantes de outros idiomas que não o inglês e espanhol, que eu domino bem.

Assim, quando meus filhos nasceram, decidi que eles tinham que ser bilíngues, que não era uma opção. Após ter trabalhado em escolas bilíngues e internacionais por muitos anos, já sabia que não queria deixar isso prá depois:  eu via na prática, com os meus alunos, que é muito mais fácil para crianças aprenderem um idioma do que um adolescente ou adulto, pois com o passar dos anos esse processo fica bem mais sofrido…

Enfim, me comunicava com meus filhos em inglês e os matriculei na Builders com 1 ano de idade. Eles rapidamente adquiriram a língua e quando saíram de lá (naquela época não oferecíamos o Ensino Fundamental ) foram para outra escola bilíngue, onde continuaram aprimorando o inglês e até tiveram contato com o alemão.

No 7º ano do EF eles foram para uma escola brasileira regular que oferecia aulas de inglês 2 vezes por semana, onde eles quase davam aula para o professor, de tão sabidos que já eram no idioma. Mas eu sabia que tinha espaço para o aprendizado da gramática, de forma sistematizada, afinal eles possuíam fluência total e um amplo vocabulário, mas as estruturas, os nomes dos tempos verbais, isso só se aprende em curso de idiomas mesmo (ainda questiono a necessidade disso, mas enfim…).

No 8º ano nos mudamos para os EUA para um período sabático e preciso dizer que eu e meu marido “babamos” ao ver nossos meninos super fluentes, desde o primeiro dia de aulas bem integrados na escola, absorvendo 100% do conteúdo em inglês e participando de tudo como os demais “gringos”da sala. Em poucos meses, soavam como nativos, tamanha a facilidade e desenvoltura que já possuíam com a língua.

Depois que eu e meu marido voltamos para o Brasil, eles continuaram morando lá, em uma “boarding school”. Depois de quase 3 anos fora do Brasil, soam como falantes nativos em inglês e agora o foco é o espanhol, que os dois escolheram como aula optativa. De lá o rumo é um “college” americano.

Enfim, acredito que independente de qual vai ser a escolha para seus filhos, se vão frequentar escola bilíngue só na Educação Infantil, se vão continuar essa modalidade no Ensino Fundamental 1, 2, no Ensino Médio, se vão estudar em escola internacional no Brasil, se vão morar fora do país… isso não importa. O que importa é lembrar que vale muito a pena dar a eles a oportunidade de aprender uma segunda, terceira, quarta línguas. Que a vivência nesses ambientes  multiculturais só acrescenta, deixando-os muito preparados para o futuro.

Ah, e que ninguém garante nada, mas que falar inglês já é mais do que meio caminho andado, isso ninguém pode negar.

Ana Paula A. Mustafá Mariutti atua na educação bilíngue desde 1986. Possui formação em Tradução/Interpretação pela Alumni, curso superior de Pedagogia, e diversos cursos relacionados à educação bilíngue e à gestão escolar no Brasil e no exterior. Participou ativamente na fundação da Oebi – Organização das Escolas Bilíngues, a qual presidiu durante 12 anos. Atuou na gestão da instituição à distância de julho 2014 a junho 2016, quando residiu nos EUA. Nesse período, aprofundou seus conhecimentos sobre a educação bilíngue oferecida em escolas públicas e particulares de educação infantil e ensino fundamental bilíngues americanas.

Bem-estar

Condição de quem se encontra satisfeito (física ou mentalmente). Estado de pessoa tranquila; condição daquele que está seguro ou confortável; tranquilidade.

A Builders inovou o currículo das escolas bilíngues introduzindo aulas de Bem-estar. Baseada nas escolas americanas, que oferecem aulas eletivas em diversas disciplinas, os nossos alunos têm atividades dentro do currículo como parte da carga horária de inglês. Cada professor escolhe uma modalidade que tenha afinidade para trabalhar e estimular as habilidades dos alunos. O ambiente é descontraído, seguro, tranquilo e confortável para os participantes.
Os alunos têm demonstrado grande interesse em nossas aulas e a cada troca de oficina, ficam entusiasmados com as novas possibilidades. Enquanto aprendem coisas novas, têm a oportunidade de entrar em contato com professores e alunos de outras turmas e idades diferentes. Essa relação é muito benéfica para o desenvolvimento social deles pela forma como se vêm e agem dentro da comunidade Builders. Quando têm vivências com crianças de outras turmas, acabam conhecendo e se relacionando com a escola inteira, compartilhando seus pensamentos e expressando suas ideias com mais autonomia.
Abaixo vocês conferem as modalidades que tem sido um sucesso em 2016:
Em Board Games, cada um cria o seu próprio jogo de tabuleiro, peões, dados, cartões, regras, etc. É uma oportunidade para desenvolver a linguagem, o trabalho em grupo, conceitos matemáticos, habilidades motoras, além de muita diversão!
Sustainability, por sua vez, aproveita o espaço privilegiado do Solarium para desenvolver valores, conhecimentos e habilidades como: cuidado e respeito com as plantas, com os outros e com nosso espaço, contato direto com a natureza e a compreensão do ciclo dos alimentos, através do uso da horta e da composteira.
Em Express Yourself a ideia é que os alunos desenvolvam a autoconfiança e identidade sem se preocupar com o julgamento dos outros colegas. Através de histórias, danças, desenhos e rodas de conversa podem compreender e falar sobre os seus sentimentos e ideias.
Outdoor games procura promover, através de jogos e brincadeiras com movimento, a cooperação e socialização entre os colegas da escola, a atenção, concentração e outras habilidades motoras. Nesses momentos as crianças podem correr, brincar e aprender novos jogos!
Já em Creative Culinary, as crianças podem criar figuras com frutas e legumes e percebem que comer alimentos saudáveis também pode ser muito divertido. Vocês já imaginaram uma pizza de melancia? E um porco-espinho de pera e uvas? Que tal uma palmeira de kiwi e banana?
Realmente, acreditamos que as crianças têm muito a ganhar nesses momentos!

Ana Luiza Azevedo é professora e psicopedagoga formada pela Universidade Mackenzie há 11 anos. Possui inglês fluente e diversos cursos na área de educação e bilinguismo. Além disso, participa de formações para aprimorar a sua prática constantemente. Trabalha na Builders há 15 anos, onde já ocupou diversos cargos, de professora assistente a coordenadora de operações, porém é na sala de aula que prefere atuar. É parte integrante da Comissão da Educação Através do Amor, que visa garantir que a filosofia da escola seja levada adiante.

Educar – Equilíbrio entre amor e disciplina

   Desde os primórdios da humanidade, a educação das crianças era de responsabilidade da família. Acompanhamos ao longo da história a valorização da criança e a necessidade da criação de um espaço que atendesse as necessidades da sua formação cultural, cognitiva e emocional. Desde então, a escola tem participado, cada vez mais, nesse processo, e compartilhado com as famílias esse tarefa.

   A escola é o primeiro lugar de convívio social fora do ambiente familiar e recebe crianças fruto de uma grande diversidade de modos de pensar, regras e valores, que fazem desse espaço um lugar único para o reconhecimento da diversidade em todas as suas formas.

   Que bom que isso acontece! A dimensão grupal é básica para o desenvolvimento completo do ser humano; por isso, um dos principais objetivos da educação é a formação de indivíduos aptos a conviver em sociedade. Educar nossas crianças é estimular nelas a capacidade de respeitar os objetos e as pessoas, além de ajudá-las a perceber o quanto essa atitude é benéfica para todos.

   O princípio básico da educação, de buscar o equilíbrio entre disciplina e amor, aplica-se em todas as situações do contexto escolar. São inúmeras as oportunidades em que as crianças são escutadas, atendidas e contempladas, pois tudo o que é proposto na escola é pensado para fazê-las felizes. Por outro lado, elas precisam entender que os “nãos” são absolutamente necessários e têm algum motivo importante.

   Um “não” ensina sobre limites e autocontrole, e faz com que os alunos entendam que regra é para ser seguida, como se fosse parte de um contrato, no qual todas as partes se beneficiam. Ao estipular normas de disciplina claras, estamos preparando-os para encontrar seu lugar no grupo, na sociedade e no mundo.

   Especialista em questões relacionadas à família e à escola, a psicóloga paulistana Rosely Sayão acredita que as crianças estão sendo educadas sob o peso da superproteção, o que as desconecta da realidade. O excesso de zelo também dificulta o desenvolvimento da resiliência, a capacidade de resistir às frustrações e adia a conquista da maturidade.

   “A gente não tem ensinado para os filhos que tudo tem um processo com começo, meio e fim. Por exemplo, ir a um aniversário. Tem o antes, que é pensar na pessoa, pensar no presente, sair para comprar o presente, pedir para os pais se pode ir, perguntar se os pais podem levar e buscar. Depois tem a festa, o desfrute, e depois da festa tem de ver quem vai buscar. Tudo fica com os pais e, para os filhos, é só ir à festa. Tomar banho é a mesma coisa: é só entrar debaixo do chuveiro. Não tem a organização da roupa e do banheiro, enxugar o banheiro. Nada disso, para os filhos, faz parte desse processo. Isso tudo é superproteção”, salienta a especialista.

   E quando as regras não são respeitadas? Da mesma forma com que recebemos uma multa quando cometemos uma infração de trânsito, precisamos ensinar as crianças a assumir a autoria dos seus atos. É indispensável que percebam que uma atitude positiva terá uma consequência positiva, ao passo que uma atitude negativa acarretará uma negativa.

   Educar dá trabalho e exige muita dedicação e empenho dos educadores, que, através de ações, intervenções e diálogo, mostram o que é bom e aceitável para o convívio em harmonia. Os alunos precisam participar ativamente desse processo para aprender a se responsabilizar pelo que fazem.

   Eles precisam ser ajudados a sentir, com amor e segurança, que estão no caminho certo…

 

Roxanna Nyczka Debeuz

Coordenadora Pedagógica do Ensino Fundamental

Bilinguismo

O bilinguismo sempre levantou dúvidas e diversos debates sobre seus benefícios e malefícios. Acreditava-se que crescer com duas línguas podia ser prejudicial à criança, trazendo-lhe mazelas linguísticas e algum outro comprometimento mental. Mas nos últimos 30 anos pesquisas têm mostrado que o aprendizado de línguas tem um impacto positivo na formação cerebral.

Muitos estudiosos defendem que o esforço mental que pessoas bilíngues fazem para usar diferentes línguas é responsável pelo fortalecimento das funções cognitivas e que pode até mesmo proteger o cérebro em idade mais avançada. No entanto, outros rebatem tal afirmação, dizendo que a ciência não é capaz de mostrar resultados eficazes.

Mas há um consenso entre eles de que há vantagens no bilinguismo para as funções cognitivas e também para funções culturais e sociais. Segundo Pasi Sahlberg, um dos protagonistas da política educativa que fez das escolas da Finlândia um exemplo internacional, “Quem aprende línguas estrangeiras, terá um cérebro preparado para aprender qualquer outra coisa”. Ele acredita que o sucesso de seu país está ligado à importância do aprendizado de outras línguas, já que essa é uma ferramenta de equidade, de oportunidade de acesso.

Baseada na minha experiência como educadora bilíngue por quase 20 anos, mãe de uma criança bilíngue e agora voluntária de uma ONG que vê no ensino de um idioma estrangeiro a possibilidade de equidade e empoderamento, a educação bilíngue pode ser considerada como vantagem para as crianças que aprendem uma segunda língua.

Vivo essa realidade diariamente e vejo o desenvolvimento e a aquisição da linguagem acontecerem de forma natural e contextualizada. Quando uma criança ingressa na escola bilíngue com dois anos, por exemplo, ela desenvolverá as duas línguas simultaneamente e usará o segundo idioma de forma espontânea. Conforme ela cresce, a necessidade do uso da língua deve se fazer presente, e o professor deve estimular e promover o discurso para que o aprendizado seja efetivo. Ao longo de sua vida escolar num ambiente bilíngue, ela será capaz de se expressar tanto oralmente como através da escrita usando a segunda língua. Portanto, o bilinguismo pode ser uma ferramenta importante no desenvolvimento infantil, auxiliando a formação de forma global e trazendo mais benefícios aos aprendizes de uma língua estrangeira.

Renata Salvador Domingues Leal
Professora

Fontes:
www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3322418/
www.theatlantic.com/science/archive/2016/02/the-battle-over-bilingualism/462114/
www.wired.com/2016/02/being-bilingual-changes-the-architecture-of-your-brain/
www.theatlantic.com/education/archive/2016/08/the-new-bilingualism/494489/