Tempo livre: a importância de não fazer nada

Por Cristina Zanetti*

Vivemos numa era onde a atividade é hipervalorizada. Consumimos nossos dias sobrecarregados, cumprindo nossas obrigações e expostos a uma disponibilidade infinita. 

Os dispositivos digitais nos colocam em uma posição ingrata, pois o fácil acesso aos mais diversos conteúdos, a qualquer hora do dia, traz uma avalanche de novas mensagens, e-mails e notícias urgentes. A expectativa de contato imediato (para não correr o risco de perder qualquer informação) e a resposta e posicionamento instantâneos se tornou um padrão. 

Atolados nesse gasto desmedido de energia, reduzimos a nossa capacidade de engajamento nas atividades mais essenciais da vida, comprometendo o tempo livre consigo mesmo, o tempo para o lazer e o tempo dedicado à família. 

Como quebrar esse ciclo vicioso que provoca tanta ansiedade e angústia?

O primeiro passo consiste em simplesmente d e s a c e l e r a r… 

Intercalar momentos livres na nossa rotina nunca foi tão importante! Uma maneira relativamente fácil de fazer isso é desligar todos os dispositivos tecnológicos que nos conectam à internet por pelo menos alguns minutos.

Cientistas e pesquisadores do comportamento relatam que quando nos desconectamos é possível melhorar a criatividade, o humor, a memória e a concentração. Há também aumentos notáveis na satisfação com a nossa própria vida, pois, se não reservarmos tempo para dirigir nossa atenção para dentro, perderemos um elemento crucial da felicidade e o contato com emoções positivas. 

Olhar mais para nós mesmos vai trazer uma maior consciência das nossas necessidades e interesses e vai ajudar a diminuir expectativas e autocobranças.  

Um ser humano não pode viver uma vida em que ocupa todo o seu tempo trabalhando e produzindo sem se preocupar com todos os outros aspectos que fazem parte da sua existência. 

Amenizar o ritmo, esvaziar a mente, ficar sem fazer nada é tempo muito bem gasto sim! E é fundamental para o bem-estar e saúde mental!

E você? Já deu uma paradinha hoje?

Por Cristina Zanetti, Orientadora Educacional da Builders Educação Bilíngue e Garatuja Educação