Muitos pais e mães se queixam que seu filho é difícil, que costuma se comportar de forma inadequada, batendo, tendo acessos de raiva, falando palavrões ou simplesmente desobedecendo.
Claro que nenhuma criança é igual à outra, e não existe receita, mas certamente o caminho para lidar com crianças difíceis passa pela comunicação e pelo afeto.
Algumas crianças manifestam comportamentos difíceis desde pequenininhos: acordando várias vezes à noite, chorando muito, demonstrando braveza quando contrariados.
Muitos pais, por sua vez, não sabendo lidar com os caprichos infantis acabam sendo manipulados, não colocam limites e fazem de tudo para agradar o filho, tornando-o uma criança mimada – o reizinho da casa!
Criança sem rótulos, com limites
Limites claros são muito importantes. São a base principal para desenvolver uma convivência harmoniosa e saudável entre pais e filhos.
Converse com seu filho sobre a importância do cumprimento de regras e façam combinados, assim vão evitar muitos conflitos. Por outro lado, fique atento, pois regras muito rígidas não são saudáveis e podem causar retraimento, raiva, desrespeito e até mesmo rebeldia. Ouça o que seu filho tem a dizer. Diga ao seu filho o que você pensa e espera dele. O diálogo é fundamental!
Educar não é nada fácil e dá trabalho, sobretudo quando vivemos em uma sociedade que estimula tanto a competitividade. A constante comparação que fazemos do nosso filho com o próprio irmão, primo, coleguinha de classe ou vizinho é muito negativa, causa baixa autoestima e pode desenvolver ansiedade. Cada criança é única e diferente das demais. Deve ser respeitada no seu jeito de ser e jamais diminuída, rotulada ou ridicularizada.
Crianças que apresentam problemas de comportamento geralmente tem dificuldades para lidar com as próprias emoções. Ajudar a identificar e nomear os sentimentos é algo que faz com que a criança se sinta amparada e cuidada. Ensinar que cada emoção pode ser transformada em uma palavra é a chave que deve orientar as crianças – primeiro para compreenderem a si mesmas e depois, para entenderem o mundo.
Perceber que todo ser humano sente as mesmas emoções pode trazer um grande alívio, por isso converse com o seu filho contando quando e porquê você sentiu a mesma emoção que ele está sentindo. Conte também o que fez na ocasião para lidar com aquela emoção.
Saber o que fazer com cada emoção é um processo longo e adquirido através das vivências do dia a dia. Por isso não proteja demais o seu filho. Deixe que ele enfrente dificuldades, se decepcione e principalmente que sofra as pequenas frustrações para que aprenda a adiar a satisfação imediata; afinal, o mundo não será sempre como ele deseja.
A inteligência emocional não é nata, é uma habilidade que se aprende e precisa ser exercitada!
Por Cristina Navarenho Santos Zanetti, Educadora, Psicóloga e Orientadora Educacional nas escolas Builders Educação Bilíngue e Garatuja Educação Infantil