O bilinguismo sempre levantou dúvidas e debates, especialmente na educação das crianças mais novas. Na busca pela primeira escola, nem sempre o fator “bilíngue” aparece como importante, e por qual motivo?
Nos atendimentos a visitantes em nossa escola, é comum ouvirmos de pais e mães que os espaços físicos e a proposta pedagógica são suas maiores preocupações na hora de escolher o local que acolherá seus filhos. E, sem dúvida, são elementos importantes. No entanto, ao explicarmos o bilinguismo, nos deparamos sempre com duas perguntas.
A primeira pergunta está relacionada à crença de que crescer com duas ou mais línguas pode ser prejudicial à criança. A fase da primeira infância, que vai até os seis anos de idade, é marcada por intensos processos de desenvolvimento. Ao começar a alfabetização, as crianças já têm pleno domínio verbal sobre a língua. A comunicação é feita perfeitamente, mesmo que não saibam ler e escrever. Expô-las ao aprendizado de um novo idioma fará com que aprendam de maneira mais orgânica e natural que um jovem ou adulto. Sem falar que comprovadamente o aprendizado de línguas influencia positivamente a formação cerebral, estimulando a criatividade, o raciocínio lógico e o desempenho em atividades de memória e atenção.
Engana-se porém quem acredita que basta expor a criança a um novo idioma que ela naturalmente irá adquirir fluência. De acordo com a diretora pedagógica Ana Célia Mustafá Campos, a aquisição do segundo idioma ocorre aos poucos. “A exposição ao inglês na Builders acontece em situações contextualizadas e significativas. A partir do momento em que ingressam na escola, os alunos gradativamente conseguem seguir instruções, ampliam o vocabulário, e se tornam cada vez mais capazes de se expressar no idioma”, complementa.
E agora? Eu não falo inglês!
E aí vem a segunda pergunta: e se a família não falar inglês em casa?
A resposta é: não tem problema. Se os responsáveis têm conhecimento da língua, podem se comunicar com a criança sem constrangimento, ainda que a pronúncia não seja perfeita. O importante é que na escola ela estará em contato com bons modelos de linguagem, o que garantirá o aprendizado e a pronúncia corretos.
Vale lembrar ainda que a aquisição de um idioma que não seja o nativo não traz nenhum prejuízo à língua materna. Morando no Brasil, o tempo de exposição da criança ao português é muito maior do que ao inglês.
E como dica, recomendamos atenção à carga horária. De acordo com a Organização das Escolas Bilíngues de São Paulo, para ser qualificada como bilíngue uma escola deve oferecer:
- Educação Infantil: mínimo de 75% da carga horária diária em outro idioma, que não o Português.
- Ensino Fundamental I: mínimo de 1/3 da carga horária diária em outro idioma, que não o Português.
- Ensino Fundamental II e Ensino Médio: mínimo de 1/4 da carga horária diária em outro idioma, que não o Português.