Tecnológica, conectada, independente. Essas é a geração Alpha, uma nativa digital, e que chega para mexer com o modelo da educação.
Ensino on-line para as crianças: veio para ficar?
Quais são os desafios e aprendizados que o ensino on-line para crianças está impondo às escolas e pais?
Primeira infância: por que ela é tão importante?
Começamos este artigo convidando você a assistir um trecho do documentário “O começo da vida”. Um registro emocionante da importância dos primeiros anos de vida de uma criança para o seu desenvolvimento cerebral. Clique aqui para assistir.
O que chamamos de primeira infância compreende os primeiros seis anos de vida de um ser humano. Essa é também a primeira etapa da educação básica, constituída pela educação infantil, que tem o propósito de desenvolver integralmente a criança em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social.
A importância dos estímulos na primeira infância está evidenciada por pesquisas recentes da neurociência que comprovam que os bebês aprendem mais nos primeiros três anos de vida do que aprenderão no resto da sua vida. Eles são sensíveis a todas as informações que acontecem ao seu redor e começam muito cedo seu aprendizado sobre o mundo, desde os períodos pré-natal, perinatal (imediatamente antes e após o nascimento) e pós-natal.
Na primeira infância, as respostas são mais rápidas, intensas e duradouras. Isso não significa que o cérebro não responda a estímulos em outros períodos da vida. O desenvolvimento acontece continuamente, em todas as idades, mas são mais lentas e menos intensas e duradouras.
De quais estímulos estamos falando?
Talvez o termo que melhor define esse período de alto desenvolvimento seja plasticidade cerebral. O cérebro ainda está em formação, e os estímulos adequados influem no funcionamento e na sua própria arquitetura. O aprendizado de idiomas é um ótimo exemplo da plasticidade do cérebro na primeira infância. Para mais informações sobre a educação bilíngue, clique aqui.
Como o documentário mostra, os estímulos já começam na barriga da mãe. O afeto e carinho, a música, uma base emocional sólida e um olhar que cuida, mas também educa. Por sinal, um aspecto interessante a notar é que, há até pouco tempo, o verbo para o período de 0 a 3 anos de idade era cuidar. Pelos novos conhecimentos da neurociência, os verbos cuidar e educar devem ser dosados na mesma medida, conforme apresentado também nas Diretrizes do Conselho Nacional de Educação para a primeira infância.
O estímulo na primeira infância tem a função de desenvolver as potencialidades das crianças e é realizado por meio de experiências, que chamamos de brincadeiras, é a construção de conhecimento de forma lúdica.
As crianças são observadoras. Elas têm hipóteses sobre como as coisas acontecem e fazem experimentos para se certificar de que suas hipóteses estão corretas. E a brincadeira exercita a criatividade, estimula a imaginação e permite a expressão dos sentimentos. É por meio do brinquedo, de brincadeiras, de jogos, de exercícios que beneficiaremos o potencial cerebral da criança, e uma criança adequadamente estimulada tem mais capacidade de aprendizagem e facilidade em adaptar-se ao seu meio e de relacionar-se com as outras pessoas.
Educação Socioemocional: os monstros que a gente cria!
Por Cristina Zanetti*
Quando algo não vai bem, quando estamos em um dia ruim ou quando tudo parece dar errado, podemos nos sentir tristes, irritados, com raiva ou medo. Pequenas coisas do dia a dia podem se transformar em grandes monstros na nossa cabeça. São monstros que nos atrapalham, nos machucam (machucam os outros) e nos fazem sofrer.
O programa da Builders Monstros que a gente cria foi pensado para acolher as emoções das crianças de 6 a 8 anos de idade. O objetivo é que se sintam seguras em compartilhar os próprios sentimentos e possam, aos poucos, perceber o impacto de suas atitudes no outro.
Clique aqui para saber mais sobre o programa Monstros que a gente cria.
Aprendendo a reconhecer os sentimentos
Chamamos a capacidade de identificar e nomear os sentimentos (em si e no outro) de alfabetização emocional. No entanto, esse processo vai muito além de enriquecer o vocabulário das crianças. Ele visa estimular o autoconhecimento e o desenvolvimento de importantes habilidades sociais. Por meio de histórias, vivências, desenhos e rodas de conversa, os alunos são convidados a refletir sobre o que sentem para que entrem em contato com seus “monstrinhos” internos.
É um projeto maravilhoso que extrapola as paredes da sala de aula. Podemos ver seu efeito nos corredores da escola! Percebemos que as crianças têm sua capacidade de diálogo ampliada, pois se posicionam mais e desenvolvem a capacidade de escuta. Dia desses ouvi a seguinte conversa entre dois meninos de 8 anos:
- Por que você não está falando comigo?
- Ué, você me ignorou quando eu te chamei lá na quadra!
- Eu não!
- Ignorou sim!
- Eu nem ouvi você me chamando!
- Chamei duas vezes!
- Foi mal, nem percebi!
Algo muito além de empurrões ou do “professora, fulano está me ignorando!”, seguido de “pare com isso, fulano, peça desculpas agora”.
A importância de desenvolver a inteligência emocional é para a vida! Aprender a se colocar para o outro (e no lugar do outro) vai tornar as crianças mais sensíveis e abertas para as relações; vai aumentar a autoestima, a autoconfiança e vai diminuir os níveis de ansiedade e estresse, elevando a capacidade de resolver conflitos e desenvolvendo a habilidade de conviver em harmonia.
*Cristina Zanetti é Orientadora Educacional da Builders Educação Bilíngue
Educação bilíngue: quando e onde começar
Ao começar o processo de alfabetização, as crianças já têm pleno domínio verbal sobre a língua. A comunicação é feita perfeitamente, mesmo a criança não sabendo ler e escrever. Quando o aluno estuda em um colégio bilíngue, desde muito cedo é estabelecida a comunicação no segundo idioma e, naturalmente, ele vai aprendendo e fazendo as distinções necessárias para o entendimento do português e da nova língua.
Educação Através do Amor: conheça essa incrível ideologia
Você já ouviu falar da Educação Através do Amor?
Por Ana Célia A. Mustafa Campos*
Você já ouviu falar da Educação Através do Amor? Ela foi pensada para garantir que o processo de ensino e aprendizagem seja permeado de carinho, atenção e disponibilidade para ouvir o aluno.
A ideologia surgiu há 20 anos, no nascimento de nossa primeira escola, com foco no emocional para a formação do ser humano e uso do conhecimento para o bem comum, e não em benefício próprio.
Como ensinar a Educação Através do Amor?
Ao iniciar o processo de ensinar Através do Amor, os educadores se deparam com a tarefa do autoconhecimento, de estarem conscientes de suas emoções (especialmente as negativas) e limitações. Ao aceitá-las, descobrem a si próprios, se aceitam, mas sem deixar de lado a busca pelo aprimoramento que irá guiar os educandos por um caminho mais suave.
Quando o educador abraça a causa da Educação Através do Amor, dedica-se aos seus alunos da mesma maneira que se dedica a si próprio. Isso significa que:
- Ele busca garantir que sua equipe, parceiros, alunos e pais estejam em concordância com a verdade, a paciência, o gosto por dividir, a alegria por vivenciar momentos que despertarão aprendizados em todos os níveis.
- Alimenta-se bem, exercita-se, cuida da saúde e do espaço que utiliza, está em contato com a natureza e garante que ela se perpetue sem abusar de seus recursos.
- Tem a certeza de que seus alunos são capazes e não desiste de nenhum.
- Busca não julgar. Quando o faz, tenta sair do estereótipo do “normal” para encarar a situação real e a busca pela melhor possibilidade para cada um. Sustenta seu grupo em uma vibração afetiva e de aceitação.
- Encanta-se ao perceber a beleza da diversidade e não tenta enquadrar todos no mesmo modelo. Cada um deve vivenciar as suas próprias experiências para se compreender.
A Educação Através do Amor permite que o educador se encontre, se perceba, melhore suas práticas e aprenda com os alunos, permitindo que eles se conheçam também, façam escolhas adequadas para si e lidem melhor com as necessidades do mundo, tornando-se adultos mais capazes e bem resolvidos emocionalmente.
O maior propósito da Educação Através do Amor é possibilitar que os envolvidos – pais, professores ou funcionários da escola – vivenciem o autoconhecimento e ajudem outras pessoas a se encontrarem e identificarem o seu propósito de vida.
Fica aqui o meu convite para você conhecer a Educação Através do Amor!
Para mais informações sobre a Educação Através do Amor, clique aqui.
*Ana Célia A.M. Campos é Diretora Pedagógica das escolas Builders Educação Bilíngue e Garatuja Educação Infantil
Jogos e brincadeiras: construção do conhecimento
Por Fernando Brandão – Professor de Cultura Brasileira
A brincadeira como atividade dominante da infância é, primordialmente, a forma pela qual a criança começa a aprender, é onde tem início a formação de seus processos de imaginação ativa e, onde ela se apropria das funções sociais e das normas de comportamento que correspondem às pessoas.
A brincadeira é o lugar principal da aprendizagem. Na medida em que vão crescendo, as crianças trazem para elas o que veem, escutam, observam e experimentam. As brincadeiras ficam mais interessantes quando as crianças podem combinar os diversos conhecimentos a que tiveram acesso. Nessas combinações, muitas vezes inusitadas aos olhos dos adultos, as crianças revelam suas visões de mundo, suas descobertas.
Através do simbólico, do jogo e da brincadeira, a criança irá entender o mundo ao redor, testar habilidades físicas (correr, pular), funções sociais (ser o construtor, a enfermeira, a secretária), aprender as regras, colher os resultados positivos ou negativos dos seus feitos (ganhar, perder, cair), registrando o que deve ou não repetir nas próximas oportunidades (ter mais calma, não ser teimoso). A aprendizagem da linguagem e a habilidade motora de uma criança também são desenvolvidas durante o brincar.
O brinquedo contribui no desenvolvimento da criança e no processo de ensino aprendizagem, pois estimula a capacidade de imaginação e criatividade e com isso a criança exterioriza sentimentos e vontades com base na vida real, ou seja, ele é um motivo para a ação.
Também permite que as crianças aprendam a conviver respeitando as diferenças, objetivo muito importante para o seu desenvolvimento, pois atitudes de tolerância e respeito surgem do afeto e do conhecimento mútuos.
Nas brincadeiras infantis, as crianças conseguem integrar as diferenças de modo a cada uma jogar em função das suas capacidades e características, sem maiores problemas. Pode ser que surjam dificuldades posteriormente, se antes não tiveram a possibilidade de experimentar estas relações de convivência e aceitação mútua. Apesar de ter suas particularidades, estas tendências são igualmente perceptíveis em relação às diferenças de capacidade intelectual, de gênero, sociais e culturais. Desenvolver estas qualidades implica uma vontade explícita de intervenção educativa, tanto na família como na escola ou noutros âmbitos da comunidade, uma vez que os valores das atividades lúdicas refletem os da sociedade.
Não é obra do acaso que o princípio 7.º da Declaração Universal dos Direitos da Criança reconhece a importância do brincar, equiparando-a a direitos tão reconhecidos como a alimentação ou a saúde.
É necessário valorizar a brincadeira desde o nascimento da criança como elemento para a construção de ações sensório-motoras. Pela brincadeira a criança aprende a se movimentar, falar e desenvolver estratégias para solucionar problemas.
A brincadeira permite extravasar sentimentos, auxilia na reflexão sobre a situação, criando várias alternativas de conduta para o desfecho mais satisfatório ao seu desejo.
O ato de brincar com outras crianças favorece o entendimento de certos princípios da vida, como o de colaboração, divisão, liderança, obediência às regras e competição. Jogar irá permitir à criança realizar o seu eu, construindo assim a sua personalidade e desenvolvendo a linguagem.